Resenha do site #Oscar2015 – Operação Big Hero

BH6-poster-variantQuando a Disney comprou a Marvel alguns anos atrás o maior medo dos fãs dos quadrinhos era que os super-heróis conhecidos virassem as animações clássicas do estúdio, com princesas e cantorias. Medo esse que (ainda) não se confirmou mas a primeira adaptação de um quadrinho da Marvel em animação da Disney já chegou.

Investindo em uma série menos conhecida que as dos super-heróis tradicionais como Thor, Hulk ou Homem de Ferro, o estúdio mais tradicional em animações leva para as telonas a adaptação da série Big Hero 6, no Brasil batizada de Operação Big Hero. Lançada como uma minissérie em três revistas em 1998, a aventura do time de heróis teve uma segunda série em 2008, desta vez com cinco revistas. Com muitas adaptações, a versão cinematográfica da Disney estreia no Brasil do próximo dia 25 de dezembro.

Envolvendo, claro, muitos conflitos familiares e lições de amizade e respeito, Operação Big Hero, a animação, é nada menos que fascinante. O pequeno Hiro Tadashi é um gênio, um nerd que, apesar de criança, entende tudo de informática e robótica. Criado pela tia junto com o irmão mais velho após a morte dos pais, Hiro vê no irmão ao mesmo tempo um ídolo a ser seguido e um modelo a ser combatido. Somente quando é apresentado ao seu laboratório de ciências que o menino entende que “ciência pode ser divertido” (a grande mensagem do filme) e que ele pode extravasar toda sua inteligência e criatividade em coisas mais produtivas que lutas de robôs. Passado na fictícia cidade de San Fransokyo (uma mistura de São Francisco com Tóquio), o filme brinca com a mistura das culturas orientais e ocidentais o tempo todo em cenários e costumes.

Mas não é Hiro, ou mesmo seu irmão Tadashi a grande estrela da aventura. Um robô-enfermeiro inflável e com inteligência própria vai roubar o filme e todas as cenas. Baymax entrou para o hall dos melhores personagens da Disney e talvez das animações em geral antes mesmo da estreia do filme. O robô mais “abraçável” já produzido pelo cinema é de um carisma sem igual. Comparável apenas a Wall-E (também cria da Disney-Pixar), Baymax é nada menos que adorável. Criado para ser um enfermeiro, ele vai virar muito mais para o pequeno Hiro. Muito mais mesmo! Além de um amigo, confidente e conforto, o robô se tornará seu aliado quando a história se voltar para o lado da aventura.

Um misterioso homem mascarado rouba uma das grandes invenções de Hiro e ameaça a cidade. Para lutar contra este misterioso vilão, Hiro vai precisar se unir aos amigos nerds do irmão e formar o esquadrão Big Hero 6. Fred, Go Go, Wasabi, Honey Lemon e o próprio Baymax se juntarão a Hiro num time de super-heróis que não têm superpoderes mas são gênios da ciência. Usando de seus conhecimentos, cada um vai criar para si um “poder” especial, criando um time que se completa na luta contra o que eles não tardam a denominar “supervilão”.

E assim, como um filme de super-heróis tradicional, com uma liçãozinha sobre amizade aqui ou ali, Operação Big Hero traz a melhor animação do ano e o melhor personagem do cinema em 2014. Não tem como não sair do cinema apaixonado por Baymax. Sua inocência e ingenuidade aliadas à sua aparência “confortável” e sua preocupação com Hiro fazem dele um personagem melhor do que muitos de carne e osso no cinema. E isso sem nenhuma expressão facial. O filme pode ser visto como uma mistura perfeita entre Os IncríveisOs Vingadores. Tem ação, comédia, emoção e inteligência. Tem personagens carismáticos e história fácil, ainda que esperta. Tem um visual deslumbrante e um coadjuvante sensacional. Em suma, Operação Big Hero não é apenas a melhor animação do ano, superando o excelente Festa no Céu por pouco, mas um dos melhores filmes de 2014. Dificilmente irá superar o fenômeno que foi (e ainda é) Frozen, mas se aquele acenava somente para as meninas, desta vez os meninos (e os nerds) é que vão se deliciar no cinema.

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