Resenha do blog: Não Tenha Medo do Escuro

Guilhermo del Toro é um roteirista/diretor de altos e baixos. Responsável por filmes espetaculares como O Labirinto do Fauno e outros nem tanto, como A Espinha do Diabo. Depois de escrever os filmes do “heroi” Hellboy e da expectativa diante de sua roteirização para O Hobbit, surge este Não Tenha Medo do Escuro.
Um filme que começa como suspense e termina como terror. Nada de muito criativo ou excepcional.
Uma família (pai, filha pequena com cara de poucos amigos e madrasta) muda-se para uma casa em restauração. Logo a menina começa a ouvir vozes vindas de um porão que eles não sabiam existir. Simples assim.
Confesso que estou cansando de filmes de suspense com criancinhas perturbadas. Tenho uma teoria sobre esses roteiros envolvendo crianças e mundos incríveis: era uma vez uma (ou várias) crianças que vivia(m) num mundo real onde esta realidade era muito dura para suportar. Então esta criança (ou estas) cria este mundo paralelo, que pode existir somente na sua imaginação ou ser real, onde ela(s) se torna heroi de sua própria história. Acontece em Nárnia, em Hogwarts, ou no próprio O Labirinto do Fauno, são inúmeros os exemplos.
E talvez seja o caso aqui: a menina interpretada com muita preguiça pela atriz mirim Bailee Madison (de Entre Irmãos e Ponte para Terabítia) começa a ouvir vozes que a chamam para “brincar”. Vozes que só ela ouve. Está em um momento complicado de sua infância, enfrentando a separação dos pais, a mudança de casa, o desprezo da mãe e uma madrasta querendo fazer amizade. Não é fácil. Mas pela introdução do filme sabemos que as vozes que a menina ouve não são tão irreais assim…
O pai, Guy Pearce (dos incríveis Los Angeles – Cidade Proibida e Amnésia), como de praxe, no início duvida da menina e só vai acreditar quando parecer tarde demais. E a madrasta, Katie Holmes (de Batman Begins e Vamos Nessa), por querer fazer amizade com a garota, acredita antes que o pai.
O problema maior do filme é que tudo é muito previsível. Falha da direção do estreante Troy Nixey talvez. Mas o filme acaba tendo uma aura de Supercine, de Seção da Tarde. Ou seja, filme fácil demais. O que começa como um bom suspense, com alguns sustos de verdade (e até arrepios na espinha) descamba pra um terror sem sal e sem emoção, onde os movimentos são previsíveis e o desenrolar e ápice da história não surpreendem ou chocam como deveriam. Adicionando o fato que o filme lembra outro muito bom (Coraline), a decepção é quase garantida. Todos os clichês estão lá: vento assoviando, portas escondidas, outras batendo, chão rangendo… falta originalidade.
Parece que entre os erros e acertos de del Toro, este foi, infelizmente, um dos erros. Esperemos por O Hobbit então.

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