Quando vi o primeiro Happy Feet, quatro coisas me chamaram a atenção: a perfeição da animação dos pinguins, os números musicais, os cenários lindíssimos e o elenco de dubladores. Por conta destes detalhes (e talvez pela mensagem ecológica) o filme acabou levando o Oscar de melhor animação e é digno de se ter na prateleira.
É justamente por isso que Happy Feet 2 tem gosto de comida requentada. Tudo ali já vimos (e de forma bem melhor) no primeiro filme: os pinguins continuam perfeitos, os cenários lindíssimos, o elenco (americano) afinadíssimo – mas destaque pra dublagem nacional de Sidney Magal -, mas os números musicais decepcionam. Não tem um Boogie Wonderland ou um Somebody To Love, como no primeiro filme. Ou mesmo o ótimo medley inicial com musicas de Prince e Elvis Presley. É verdade que quase aplaudi ao ouvir os pinguinzinhos cantando Sexy Back, mas foi só. No restante do filme as musicas, que alternam entre dubladas em português e em inglês, não empolgam nem um pouco. A musica cantada por Gloria, a pinguim que no filme anterior tinha a voz de Brittany Murphy e agora ganha a voz da cantora P!nk, soa quase gospel em português.
Aparentemente o trunfo deste segundo filme era a dupla de krills dublada por Brad Pitt e Matt Damon. Na verdade os personagens, que não interagem com os personagens principais, não contribuem em nada para o filme em si, só fica parecendo que a equipe pegou a ideia do esquilo Scrat de A Era do Gelo e copiou, parecendo justamente isso: uma ideia copiada.
O roteiro também deixa muito a desejar: por causa de um incidente entre pai e filho, Erick, o pinguim filhote de Mano (a estrela do primeiro filme) foge de casa, obrigando o pai a ir atrás. Se no filme anterior Mano não sabia cantar, mas sim dançar, e sofria preconceito por causa disso, dessa vez seu filho não sabe nem cantar nem dançar e seu talento acaba aparecendo numa cena meio risível lá pela metade do filme (e que não tem tanta importância assim). O pai sai em busca do filhote e na volta descobre que, por conta do aquecimento global, icebergs cercaram o lar dos pinguins imperadores e os deixaram presos em um grande buraco de gelo. Cabe a Mano (dublado novamente por Elijah Wood e em português por Daniel de Oliveira) e seus amigos lutar para libertar o bando. E a história acaba aí.
No fim fica aquele gosto de que muita coisa (ou o filme todo) já tínhamos visto, e como é bem normal nesses casos, da primeira vez foi bem melhor. O mesmo aconteceu com Narnia ou Homens de Preto: o encanto pela novidade soava como piada velha no segundo filme.
Resenha do blog: Happy Feet 2

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