Em minha pré adolescência, quando desenvolvi pra valer o hábito da leitura, três eram meus autores favoritos: Sidney Sheldon (e seu soft porn pra tias solteironas), Agatha Christie e Sir Arthur Conan Doyle. Por conta deles dizia que quando crescesse queria ser mordomo ou detetive particular. Amava Hercule Poirot (ainda que não tivesse ideia de como se pronunciava seu nome), Sherlock Holmes e Miss Marple. Invejava a inteligência, o raciocínio rápido do inglês, a sagacidade da senhorinha e as maravilhosas células cinzentas do gorducho detetive belga. Não é surpresa entao que quaisquer adaptações destas obras me despertem interesse.
Quando foi anunciada a versão para o cinema dirigida pelo estiloso Guy Ritchie fiquei com um pé atrás. Como assim o Sherlock agora dava sopapos a três por quatro? Ele é um intelectual!! Mas assisti e me maravilhei. O filme é simplesmente espetacular e sim, distribui sopapos sem descaracterizar o detetive e seu melhor amigo Dr. Watson.
Ano passado fiquei sabendo de uma natural sequência. E também de uma série da BBC sobre o detetive.
Sherlock, a série da BBC, é maravilhosa. Em três episódios de mais de 1h de duração, traz Sherlock e Watson (com as caras de Benedict Cumberbatch e Martin Freeman) para os dias de hoje, com direito a iPhones, GPSs e afins e até uma sugestão de algo mais que uma amizade entre os dois. O duelo intelectual com o arqui-inimigo Professor Moriarty (Andrew Scott) no último episódio é de grudar na cadeira e roer as unhas. Cheia de estilo, humor e inteligentíssima, foi indicada a vários prêmios, incluindo o Emmy e já está com a segunda temporada agendada. Existe em DVD pra venda no Brasil.
Sherlock Holmes – O Jogo de Sombras, a sequência do filme de 2009, também dirigida por Guy Ritchie, traz de volta Robert Downey Jr. e Jude Law no papel do detetive e do médico. Se no primeiro filme eles estavam deliciosamente divertidos nos papeis, neste parece que o piloto automático foi acionado de leve e um pouco da personalidade dos dois se perde, e isso se percebe logo de cara. Mas isso não prejudica demais o filme, que acaba sendo uma aventura empolgante e divertida, também com muito humor e muita ação. A adição aqui é Noomi Rapace (a perfeita Lisbeth Salander da versão sueca da trilogia Millennium). Até o final do filme o Professor Moriarty é um pouco decepcionante, mas conserta isso antes que o filme acabe. Não é tão bom quanto o primeiro, mas novamente, acho que o elemento “encantamento” favorece o 1 também neste caso.

O Sherlock Holmes da minha cabeça, não tem nada a ver com o dos filmes, e por isso eu não gostei do filmes. Ou melhor, gostei sim, mas só porque, na minha cabeça, aqueles eram outros personagens, coincidentemente com os mesmos nomes. Agora a série nunca vi. Nela o sherlock é mais normalzinho?
Ele nao bate, nao existe conflito físico, só intelectual. A série é maravilhosa, assista.
Sherlock Holmes x Sherlock Holmes Série…
Eu não tenho dúvidas, a série é perfeita comparada com o filme.