Colorphonic lança novo EP (sic) com pop-up pronto para conquistar o mundo

Você até pode achar que em 2010 nada de muito relevante aconteceu no ramo das novidades musicais. Mas enquanto você se requebrava ao som de Loca loca loca… ou Baby you’re a firework, de musicas novas de Rihanna e Bruno Mars, em Curitiba um som estranho surgia. Um som novo, diferente, divertido, pop, pronto pra pista, pra cima… um som meio sem definição que, dentro dele mesmo talvez possa ser chamado de pop-up.

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Foto de Jubi Grigoletti

Com nomes estranhos, aquelas canções faladas em português (veja você) caíram no gosto dos curitibanos e foram parar nas casas noturnas da cidade. Seus integrantes, não menos divertidos, cativavam a todos em seus shows com covers inusitados de musicas como ‘She’s a Man Eater’, clássico da década de 80. E um EP surgiu. O nome dessa banda? Colorphonic. Mas COLOR? Sim, porque de certa forma também é uma banda gay friednly, por que não. Mas uma coisa não tem relação com a outra.

Com uma turma formada de gente vinda de bandas de rock, é de se espantar que o som do Colorphonic seja tão pop. É e não é, porque os próprios integrantes mesmo possuem um ecletismo musical, digamos, pitoresco. Luciano Costa, o baixista da banda, é um que vai de Madonna a Iron Maiden com a mesma facilidade. E assim consegue imprimir junto com o grupo influências das mais diversas ao som da banda.

COLORPHONIC_SIC_ALBUMEm 2010 o primeiro EP (batizado com o nome da banda) trazia hits prontos como ‘Deslizar em Outras Palavras’ e ‘O E Contido em Cada História’. De tão redondinhas e bem feitas, o site francês Skoud chamou o disco de “a trilha sonora perfeita para o verão”. E de fato o Colorphonic mostrava uma originalidade raras vezes ouvida na musica nacional.

Eis que agora em 2013 surge o segundo EP: (sic). Com novos integrantes e sem medo de abraçar o pop e a diversão, novamente a banda entrega canções perfeitas para um domingo de sol ou uma tarde com os amigos. E para as pistas, claro. Muito bem produzidas nas mãos de Rodrigo Lemos (A Banda Mais Bonita da Cidade), o disco mostra um pouco do amadurecimento do som do Colorphonic, mas sem deixar de lado a diversão característica. Canções como ‘Ímpar’ (primeiro single que terá seu clipe lançado em breve), ‘Samedi’ ou ‘Óbvio, Robin’ são musicas que grudam da forma mais gostosa possível e também nasceram pra ser hit. Clique na capa ao lado para baixar e ouvir.

Em entrevista exclusiva para este site, Luciano Costa fala um pouco mais do CD, da banda e das novidades. Dá uma olhada:

Pausa Dramática: o que os fãs podem esperar de diferente entre o primeiro EP e este?

Luciano Costa: Acho que a principal diferença do primeiro registro para esse foi o trabalho sobre os arranjos. Dessa vez a gente se preocupou mais em detalhes e reforçamos os instrumentos “menos principais”. Era algo que sentimos falta no primeiro EP. Chamar o Rodrigo Lemos (Banda Mais Bonita da Cidade e Lemoskine) pra produzir teve muito esse objetivo na verdade. A gente sabia que o resultado seria bem diferente.

– por que a banda ficou tanto tempo sem gravar?

Dois motivos influenciaram bastante. O principal é o de que não vivemos de música (isso não é exatamente uma reclamação, até porque sabemos bem que viver de música é algo complicado). Mas esse fato faz com que todos tenham outras tarefas que atrasam os objetivos da banda. Chegou certo ponto que a gente desistiu de estipular um prazo e decidimos “terminar quando acabasse”, rs. Outro problema foi a mudança de formação. Mudamos de baixista e baterista há pouco mais de um ano, praticamente o tempo pra compor e gravar o disco. Mas agora já temos as coisas mais engatilhadas. Esse ano mesmo a gente provavelmente deve lançar material inédito.

– como são escolhidos os nomes das musicas e por que (sic)?

Os nomes originam geralmente de piadas internas (a maioria delas não tem muita graça mesmo, rs). São nomes temporários que acabam ficando permanentes. Mas é um jeito também de a gente dizer que o que faz a música são as melodias e ideias inseridas. Já o nome do álbum não podemos negar que pensamos um pouco mais. Vem do termo latino que diz algo do tipo “é exatamente isso, por mais errado ou estranho que pareça.” É comum ver usado para evidenciar que o autor sabe que a citação de uma outra pessoa está errada (na maioria das vezes como forma de ironia). Nossas músicas também são um pouco “se você estranhou algo, saiba que foi proposital”, rs. O nome não poderia ter sido outro.

– quais as principais referências?

A gente sempre diz que gostamos de tudo muito. E qualquer coisa pode servir de referência pra criar. Qualquer coisa e sem medo, rs. Até porque se ficarmos com algum tipo de receio na hora de compor, podemos cair no comum. Então vale tudo. Na “Samedi” mesmo a gente comentou “vamos fazer uma levada meio Gloria Estefan nessa estrofe”. (Viu como vale tudo? rs). Obviamente existem estilos que temos mais familiaridade, mas buscamos absorver algo de bom de qualquer barulho que apareça. Ainda sim, é provável que trabalho que tenha mais inspirado a gente foi o “Toda a Casa Crua” do próprio Lemos. A gente se espelhou muito no capricho das melodias e nos detalhes desse álbum.

– todos os integrantes eram de banda de rock? Por que a mudança tão radical no som?

Sim e não. Todo mundo veio do rock mas do rock “menos puro”. Ninguém nunca tocou AC/DC, mas todo mundo já tocou Red Hot Chili Peppers e Incubus quando era mais novo. Então foi normal esse tipo de coisa aparecer no som eventualmente. Mesmo assim a gente não acha que mudamos tanto de estilo, até porque 2 das músicas do novo EP já existiam na época do primeiro. Apenas teremos fases mais e menos “roqueiras”. Uma música nova que estamos compondo não vai ter nem guitarra (acho, rs).

– não sentem algum “preconceito” por cantarem em português?

O “preconceito” entre aspas define bem o que acontece com a gente. Porque existe sim ainda uma chance de o português agradar menos se não estiver num contexto brasileiro, apesar das coisas terem mudado positivamente nos últimos anos. Mas a gente sempre buscou isso como diferencial mesmo. Escrever em português é mais difícil, exige rimas mais elaboradas e metáforas pra que não soe bobo. Em inglês poderíamos cantar “dance dance dance all night long” mas na nossa língua jamais se a gente quisesse ser levado a sério, rs. O inglês não é “pior” do que o português de forma alguma. Ele tem sim suas vantagens. Mas queremos cantar com certeza de estar dizendo aquilo da melhor forma possível.

– quais as novidades que podemos esperar junto com o lançamento do novo EP?

Esse ano ainda lançaremos vários vídeos das nossas músicas (novas e antigas) e versões bem diferentes (com participações especiais até). A maioria deles já gravamos e devemos soltar dentro de um mês. Além disso têm shows, clipe da música “Ímpar” (dirigido pelo Esperanza – ex-Sabonetes – Alexandre Cajinha) e estamos ensaiando pra lançar pelo menos um single inédito até o fim do ano. Trabalho não falta!

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