Na internet nada se cria, tudo se copia…

É engraçado como a internet parece ser cada vez mais território de ninguém. Se tá online é de todo mundo, esse é o pensamento geral. Mas por quê isso agora?

Explico: em maio de 2012 eu e a fotógrafa Mariana Lima trouxemos um projeto para Curitiba. Ele se chamava Curitagram e era inspirado no projeto Instagramópolis que eu conheci em Florianópolis.

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flyer eletrônico da primeira edição do Curitagram em 2012

Devidamente autorizados pelo idealizador de lá, adaptamos o projeto para Curitiba. Ele consistia em convidar os usuários do Instagram a fotografar a cidade e postar suas fotos no Instagram. Depois, uma comissão julgadora formada por fotógrafos, jornalistas e designers elegeria as 50 fotos que iriam para uma exposição física. Foram duas etapas com duas exposições. Tanto eu quanto Mariana consideramos o projeto um sucesso nas duas edições. Reportagens na Gazeta do Povo em duas reportagens diferentes, Jornal Metro, Jornal do Estado, diversos sites, TV Cultura e ÓTV comentaram o projeto e incentivaram os participantes (podem procurar nos sites, no youtube ou em nossa página do face). Apoios e parcerias foram firmados e mais de 700 curtidas na página foram conseguidas.

Pois muito bem. Hoje descobri que uma turma de alunos de publicidade e propaganda da PUC-PR criou um projeto, digamos, parecido, o InstaCWB: ele consiste em convidar os curitibanos a fotografar a cidade e compartilhar no Instagram. As fotos serão julgadas por uma comissão e partirão para uma exposição física posteriormente.

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Instruções de como participar do InstaCWB. Percebeu alguma semelhança?

Mas espera? Não tá parecido com o Curitagram? Claro que não. Tá igual.

Eu, muito educado que sou, deixei meus parabéns aos alunos na página do projeto no facebook, onde eles me responderam que o InstaCWB foi inspirado em um projeto chamado Expoinsta e devidamente autorizado por este. Vejamos: o Expoinsta aconteceu em São Paulo em maio deste ano. Hum…

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Não são uns fofos?

Os alunos na mesma resposta ainda me advertem que é “normal que existam eventos parecidos”. Claro que é. Mas se um aluno de publicidade e propaganda não é capaz de fazer uma simples e rápida pesquisa no Google para ver se seu projeto já existe e, ao menos comunicar os responsáveis pelo original… ele será um publicitário e tanto! E já pode se preparar para os futuros processos de plágio.

Espero que os professores responsáveis (sim, porque isso deve valer nota) não acreditem que o InstaCWB é um projeto original e, estes sim, se preocupem com o ineditismo de uma ideia ou com as devidas autorizações dos autores copiados. Afinal publicidade e jornalismo são da mesma área e conferir informações e fontes também deve ser ensinado numa faculdade de PP né?

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