Sim, não é segredo pra ninguém que Don Jon (que no Brasil recebeu o PAVOROSO nome de Como Não Perder Esta Mulher) é um dos filmes que eu mais estava esperando pra ver.
Mas, daí você, meu caro leitor se pergunta: “Por quê?”. Ok, vamos ver:
Don Jon é o primeiro filme escrito e dirigido por Joseph Gordon-Levitt, também estrelado por ele. “Mas quem é esse?”, meu caro leitor se pergunta novamente (este leitor está muito perguntador hoje). Vejamos. Você conhece ele. Ele era a estrela mirim do seriado 3rd Rock From the Sun. Ok, não tão longe? Tudo bem, ele esteve em pelo menor quatro filmes que você ao menos já ouviu falar. E em todos em papéis importantes:
Lincoln (dirigido por Steven Spielberg, concorreu a 12 Oscars, incluindo melhor filme, ganhou 2)
Looper (com Bruce Willis, ótimo)
A Origem (dirigido por Christopher Nolan, concorreu a 8 Oscars, incluindo melhor filme, ganhou 4)
Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge (última parte da nova trilogia do Batman, elogiada pela crítica mundial, dirigida por Christopher Nolan, dispensa demais comentários).
Continuando: Gordon-Levitt foi astro de filmes menores (como 10 Coisas Que Eu Odeio em Você e Mistérios da Carne) e chegou ao patamar de ídolo indie com (500) Dias Com Ela.
“Tá, mas o tal do filme dele não tem nada além disso pra chamar a atenção?” Vejamos:
No elenco do filme tem pelo menos duas atrizes que você já ouviu falar:
Scarlett Johansson – estrela de filmes como Match Point e Vicky Cristina Barcelona (dirigidos por Woody Allen), foi Janet Leigh em Hitchcock (o filme sobre as filmagens de Psicose), esteve em Os Vingadores e O Grande Truque e concorreu ao Globo de Ouro de melhor atriz por Match Point, Uma Canção de Amor Para Bobby Long, Garota com Brinco de Pérola e Encontros e Desencontros.
Julianne Moore – estrela de filmes como Minhas Mães e Meu Pai, As Horas, Hannibal, Atividade Paranormal, Longe do Paraíso, Direito de Amar, Ensaio Sobre a Cegueira e Filhos da Esperança. Indicada ao Oscar por Longe do Paraíso, As Horas, Fim de Caso e Boogie Nights. Indicada ao Globo de Ouro sete vezes, venceu uma.
Bom, você pensa, então não é um filminho qualquer né? Vão lançar de forma decente no Brasil. Sim…
Só que não. Don Jon estreou nos EUA oficialmente dia 27 de setembro depois de passar por diversos festivais. Por aqui, estreou na última sexta feira. Assim, com esse nome medonho mesmo (que eu me recuso a falar) e com um cartaz em que as fotos parecem ter sido recortadas por uma criança:
“Ah, mas estreou em bastante sala, garanto”, meu incauto leitor continua.
Não sei nas demais cidades, mas aqui em Curitiba ele estreou em TRÊS salas. Isso mesmo, amiguinhos, TRÊS. Quantas salas de cinema tem em Curitiba? No momento devem ter quase 100.
“Mas poxa, só em três. Espero que dê pra assistir, pelo menos…”. Errado novamente: somente em UMA delas o filme é legendado. Ou seja, as outras duas estão eliminadas da jogada.
Mas por que eu fiquei tão puto?
Bom, primeiro e obviamente porque era um filme que eu queria muito ver e se tornou praticamente impossível.
Depois pela nítida falta de respeito da distribuidora brasileira com o público. Tacaram um DANE-SE bem lindo na nossa cara. E posso apostar que daqui um tempo vão dizer que o filme foi fracasso de público no Brasil.
Daí meu caro leitor ainda se pergunta “Mas teve reportagens no jornal sobre o filme né? Pra ajudar a divulgar”. NÃO. A distribuidora sequer se deu ao trabalho de fazer seções de imprensa, se limitando a divulgar um release porco com menos informações que tem em qualquer site (inclusive aqui). Como não tem texto em jornal algum, o público que se vire pra descobrir que o filme existe.
Mas sobre o que é o filme? Tem apelo de público? Bom, é uma comédia romântica, um gênero que sempre tem público. E de forte apelo masculino (um público geralmente avesso ao gênero): Jon é um Don Juan dos tempos modernos. Mulherengo, ele só se preocupa com seu corpo, garotas e é viciado em pornografia. Até que se apaixona de verdade.
Fizessem o mesmo que fizeram com Premium Rush então (também com Gordon-Levitt): lançaram direto em home video.
Teria sido melhor.

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