Imagine uma história que misture elementos de Deuses Americanos, de Neil Gaiman, com Deuses de Dois Mundos, do brasileiro PJ Pereira. Adicione toques de terror dignos de Stephen King, investigações que poderiam ser feitas por Sherlock Holmes, um detetive nada convencional ao estilo de Ed Mort e Bellini, uma trama empolgante para Dan Brown nenhum botar defeito e o sincretismo religioso brasileiro.
É deste caldeirão de surge Deuses Caídos, de Gabriel Tennyson.
Quando recebemos o livro enviado pela Companhia das Letras/Suma, a primeira coisa que nos chamou a atenção foi a apresentação já na capa, de Raphael Montes. Autor de dois livros que nos surpreenderam positivamente neste ano (os absolutamente sensacionais Suicidas e Jantar Secreto), Montes elogia a obra em breves palavras.
Sabemos que novidades são raras nas editoras. Ideias novas mais ainda. Autores brasileiros novos que não sejam youtubers mais ainda. Então como não ficar absolutamente curioso diante de tanta novidade e ainda tendo o aval de um dos melhores jovens autores brasileiros do momento?
E Deuses Caídos não nos decepcionou! Com uma trama de logo de cara já nos joga em um Rio de Janeiro de sujeiras e contrastes, Tennyson cria rapidamente uma atmosfera propícia para sua trama: um assassino misterioso vem matando religiosos pecadores ao vivo no Youtube. Quem decide pela vida ou a morte são os likes e os dislikes no streaming. À frente da investigação um padre nada convencional que carrega consigo o sangue de Jesus e uma policial-orixá.
Fadas, vampiros, demônios, anjos, orixás, golens, sacis, gárgulas, súcubos e dragões irão se misturar numa história que não nos dá tempo para pensar. Cada capítulo é relevante e cada novo ser e nova descoberta vão dar um nó em nossa cabeça. Mesclando religiosidade e folclore, o autor constrói sua história de terror de maneira rápida e cativante.
Não é exagero dizer que rezamos para saber como o livro acaba com o mesmo fervor que rezamos para que ela não acabe nunca.

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