Ontem revi um dos meus filmes preferidos: Pleasantville – A Vida em Preto e Branco
Não sei nem por onde começar a falar dele. Um filme que parece bobo, pela capa vc jura que é um daqueles filminhos tolos adolescentes, até por conta de seus protagonistas: Tobbey Maguire e Reese Witherspoon, na época (1998) estrelas desse tipo de filme.
Mas se engana quem pensa assim. O filme é uma obra prima, na ideia e no visual.
Um jovem nerd fã de um seriado dos anos 50 em preto e branco se prepara para uma maratona do seriado no TV. Ao mesmo tempo, sua irmã futil se prepara para ver um show com o menino mais popular da escola na TV.
O show e a maratona são no mesmo horário e os dois brigando pelo controle da TV acabam quebrando-o e um novo controle é oferecido. Este controle transporta os dois para dentro do seriado Pleasantville. Defensor dos valores familiares, em preto e branco, passado em 1958. Um lugar onde camas de casal não existem, nada pega fogo, o time de basquete da cidade sempre ganha e todos são bonitos.
Mas o jovem casal vai abalar essa sociedade tão linda e bem construída. Com a interferência dos dois, muita coisa na cidade vai mudar. Os livros, antes em branco, se encherão de letras e histórias. As estradas que antes não levavam a lugar nenhum, levarão para fora da cidade. Coisas pegarão fogo e a vida deixará de ser preto e branca. As cores começarão a tomar conta da cidade na medida que os personagens passam a se tornar mais humanos. E o preconceito com os “coloridos” não tarda a aparecer…
O filme é uma enorme metáfora para o diferente, para o despertar para as emoções da vida deixando de ser preto e branco.
A direção de arte (indicada ao Oscar, ao lado da trilha e figurino) é a mais linda que já vi no cinema. As cenas que misturam o preto e branco com elementos coloridos são belíssimas. Em especial a chuva de pétalas cor de rosa no carro preto e branco. A cena do filho maquiando a mãe para que esta volte a parecer preto e branca é de uma simplicidade e emoção sem par.
O elenco secundário, repleto de nomes perfeitos como William H. Macy, Joan Allen e Jeff Daniels dá a sustentação artística que o filme precisa e a naturalidade com que cada um deles defende seu personagem é de um sentimento sem igual.
Um filme aparentemente tolo, que traz uma mensagem magnífica sobre como viver com o que é diferente e como acordar pra vida.

acho que vc nem vai mai lá no meu blog