Teodora é apresentadora de um programa de culinária afrodisíaca na TV. Quando descobre que seu marido está tendo um caso virtual e que será despedida seu mundo vem abaixo. E decide fazer o Caminho de Santiago de Compostela.
Parece simples, mas seu caminho será diferente… mais espiritual? Muito pelo contrário, bem menos.
Extremamente almovorainao, eu diria, o filme “Onde Está a Felicidade?”, dirigido por Carlos Alberto Riccelli e roteirizado e estrelado por sua esposa, a Senhora Bruna Lombardi, carrega nas cores e tons para construir um filme brasileiro à la Almodóvar.
O filme é tão Almodóvar que essa musica lembra muito aquela do… do…. ah sim, do Vicky Cristina Barcelona… mas ei!…
Então, é assim. É Almodóvar mas falta algo pra ser Almodóvar.
Não é ruim, é divertido, chega a emocionar (quase) em alguns momentos, e mostra que a busca pela felicidade às vezes é mais simples do que parece.
Infelizmente parece que faltou um pouco de entrega dos atores e de timing na comédia. Não se vê muita naturalidade nos diálogos (talvez falhas de direção também), mas é uma grata surpresa.
No início cheguei a pensar ah, também vou fazer o caminho de Santiago, pra ver se acho minha felicidade (como se fosse assim simples… as duas coisas…), mas logo desisti: são 790 quilômetros que os peregrinos fazem a pé, de bicicleta ou… de burrico. Nenhuma das três opções me agradou muito. Caminhando 30 km por dia, se faz o caminho em 35 dias (cálculo dos protagonistas, não conferi, mas lá no fim percebi que Teodora é péssima em matemática). 35 dias… tá? E banho? E dormir? (em albergues com gente mala igual no filme?? Não rola) E comer? E descansar? Ai, cansei só de imaginar…. Vou fazer o caminho até o Crystal pra ver se dá algum resultado…
Mas no fim das contas o filme é bem bacana, em suas inspirações no mestre das cores e exageros. Bem recomendável. A senhora atrás de mim no cinema até chorou no final, veja só.
Duas frases do filme que vim repetindo na cabeça para não esquecer:
”O amor é igual à caatinga. Quando tudo morre, tudo acaba, vem a chuva, molha e tudo renasce de novo…”
“__Você já me perdoou?
__ Olha, 85% de mim já, mas tem os outros 25% que ainda não…”


Me interessei pelo filme, mas sempre acho que comédia brasileira tem esse tempo de timming, sabe? Vai lá então fazer a caminhada até o Crystal!. Adouro suas críticas de filme.