Resenha do blog – Oscar edition: O Lado Bom da Vida

Volta e meia uma comédia surge entre os filmes que bombam nas indicações do Oscar. Pequena Miss Sunshine, Meia Noite em Paris, Minhas Mães e Meu Pai e Quatro Casamentos e Um Funeral talvez sejam os nomes mais conhecidos nessa categoria. Não são comédias de rolar de rir, é verdade, mas são filmes mais leves que os pesadíssimos dramas políticos-históricos frequentes.
O representante deste ano é O Lado Bom da Vida. Como boa comédia que agrada críticos, é quase mais um drama leve que uma comédia em si. Uma história relativamente simples (como são todos os citados acima) contada de forma exemplar, com ótimos atores e texto impecável (novamente como todos os citados acima), alguns problemas, um romancezinho pra agradar e final feliz. Quase sempre é assim e claro, este não é diferente.
Bradley Cooper (de Se Beber Não Case, Idas e Vindas do Amor e o medonho Maluca Paixão) é Pat: recém saído de um hospital psiquiátrico, aos poucos vamos descobrindo sua história. Foi internado após flagrar a esposa com outro no chuveiro e dar neste uma surra quase fatal. Depois de ser diagnosticado com transtorno bipolar, Pat é devolvido à casa dos pais para encontrar sua vida em ruínas após sua esposa tê-lo abandonado e seu pai se viciar em apostas esportivas.  Um dia surge em sua vida Tiffany (Jennifer Lawrence, de Jogos Vorazes, Inverno da Alma e X-Men Primeira Classe). Aparentemente mais louca que o próprio Pat, a moça perdeu o marido policial – morto com um tiro – e o emprego após transar com todos os funcionários do escritório (homens e mulheres). É na estranha relação entre os dois que se desenrola a história.
Com momentos inspiradíssimos e ótimos diálogos, o filme se arrasta por duas horas desnecessariamente. Poderia ser bem mais curto. A evolução de Pat, em parte por culpa de Tiffany fica clara e, por mais que não saibamos bem se o que ela fala é verdade ou não, ficamos ansiosos pelo clima de concurso de dança do final.
Trata-se de uma obra que passaria desapercebida nos cinemas não fossem suas oito indicações ao Oscar, incluindo as espetaculares performances do casal protagonista e Robert de Niro sendo mais do mesmo como o enervante pai de Pat. Diferentemente dos filmes citados no primeiro parágrafo, não será um filme memorável, que durará ao longo dos anos. Mesmo sendo muito bom. Algo nele o transforma numa obra arrastada e monocórdica, talvez seja sua duração. Se algumas cenas fossem cortadas seria muito melhor.
Jennifer Lawrence já ganhou o Globo de Ouro e é favorita ao Oscar de melhor atriz, provavelmente a única estatueta que o filme vai levar da festa – e tanto ela quanto Bradley Cooper estão surpreendentemende esplêndidos em suas atuações. Entre as outras indicações estão: melhor filme, direção (para David O. Russel, de O Vencedor e Três Reis), edição, atriz coadjuvante (Jacki Weaver, como a mãe de Pat) e roteiro adaptado.

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