Tarantino diz que vai reeditar Django Livre para minissérie

O diretor Quentin Tarantino está em Cannes e concedeu uma concorrida entrevista coletiva, onde pôde falar sobre novos e velhos projetos, seu ódio pelo cinema digital, quais são os diretores mais excitantes da atualidade e muito mais. Entre os assuntos abordados, Tarantino fez uma revelação: pretende adaptar Django Livre para a TV:Cannes: Lecon De Cinema - Photocall

Sou contra esta história de versão do diretor. Minha versão do diretor é sempre a que estará no cinema, é lá que os filmes devem ser vistos. Entretanto, tenho pensado em algo ultimamente. Tenho 90 minutos de cenas não vistas de Django Livre, penso em aproveitar este material no formato de minissérie. Seriam quatro episódios, com uma hora de duração cada um, dividido em capítulos.

Apesar da novidade, o diretor não disse quando a versão televisiva de Django Livre estaria disponível. Vale lembrar que, em entrevista o ator Franco Nero revelou que rodou várias cenas que não foram aproveitadas na versão final do longa-metragem. “Inicialmente minha participação seria bem maior, tinha uma longa cena com Leonardo DiCaprio que foi cortada porque o filme estava longo demais. A primeira versão tinha cinco horas de duração, então meu personagem foi cortado. Mas tudo bem, isso acontece.” É preciso destacar que o que Tarantino pretende fazer não é o mesmo que seu amigo Robert Rodriguez fez com Um Drink no Inferno, que foi reescrita e refilmada para a TV em formato de seriado. O diretor utilizará as mesmas filmagens do linga adicionando as cenas deletadas na época, para transformá-lo em uma minissérie de quatro episódios.

Django Livre estreou nos cinemas brasileiros em janeiro de 2013 e concorreu a cinco Oscars (incluindo melhor filme), tendo ganhado dois: melhor roteiro original e melhor ator coadjuvante (para Christoph Waltz). Com um total de 162 minutos, o longa é um faroeste sangrento que acompanha a história de um escravo liberto (Jamie Foxx), que caminha por todo os Estados Unidos com um caçador de recompensas (Waltz) em uma missão para resgatar sua esposa (Kerry Washington) de um fazendeiro cruel (Leonardo DiCaprio). O filme é uma homenagem aos faroestes spaghetti de antigamente, com muito sangue e cenas exageradas.

Christoph Waltz e Jamie Foxx em cena de Django Livre

Foi o segundo Oscar de melhor roteiro original para Quentin Tarantino (que dirige e escreve seus filmes). O primeiro foi para Pulp Fiction em 1994. Como diretor, Tarantino tem apenas duas indicações: por Pulp Fiction e Bastardos Inglórios (2009). Ambos os filmes concorreram ao Oscar de melhor filme também, sendo que o segundo venceu na categoria de melhor ator coadjuvante (também para Christoph Waltz) eteve outras seis indicações.

No início deste ano o diretor e roteirista desistiu das filmagens de seu novo longa The Hateful Eight após o vazamento do roteiro. Depois de processar o responsável pela divulgação não autorizada do roteiro do que seira um novo faroeste. Porém, logo depois, o site The Wrap divulgou que Tarantino estaria em conversas com Samuel L. Jackson para um papel no mesmo filme, afirmando que o roteiro seria reescrito. Mas tudo não passa de boatos. Esta seria a quinta parceria do ator com Tarantino.

Por mais animadora que essa notícia pareça para os fãs, não dá pra esquecer, no entanto, que o diretor costuma pensar as coisas em voz alta e divulgar projetos que não chegam a lugar nenhum. Aconteceu com a reunião de John Travolta e Michael Madsen para The Vega Brothers, filme que uniria os personagens de Pulp Fiction Cães de Aluguel; Aconteceu com Kill Bill: The Whole Bloody Affair, edição especial do diretor que traria os dois filmes da noiva vingativa em um único; e, claro, aconteceu com Kill Bill 3, que o diretor vem falando há anos. Apesar de ser bem possível que esta minissérie realmente saia, também é inteiramente possível que ela não passe de apenas mais uma ideia do diretor que não sai de sua cabeça.

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