Madonna sobre ‘Cinquenta Tons de Cinza’: “Não é muito sexy, talvez para alguém que nunca fez sexo na vida”

Madonna é a rainha do pop e esse título ela não conquistou sem alguma controvérsia. Escolada no que diz respeito à provocações (com livros, fotos, shows e músicas polêmicos), ela claro que não deixaria de se pronunciar a respeito de um dos fenômenos pop do ano. Cinquenta Tons de Cinza, para alguém que já foi amarrada em videoclipes, fotografada nua em cenas de sexo calientes e subiu ao palco num crucifixo em chamas, é leve e sutil, e ela sabe do que está falando. E convenhamos, Erotica dá de dez em Cinquenta Tons de Cinza.

Veja o que ela diz sobre o livro e leia alguns trechos da entrevista que a cantora deu á revista Billboard recentemente:

Sim, eu li. É subliteratura. Não é muito sexy, talvez para alguém que nunca fez sexo na vida. Eu fiquei esperando por algo excitante e louco acontecer naquele tal quarto de jogos, e fiquei tipo ‘hmmm muitas palmadas’. Eu também pensei ‘Isso é tão surreal porque nenhum cara faz tanto sexo oral assim numa garota’. Desculpa mas ninguém chupa tanta buceta assim, que nem o cara do livro.

A entrevista, no entanto, teve como tema principal o novo CD, “Rebel Heart”. Assim como aconteceu na TV australiana, Madonna desafiou o repórter a beber uma dose de tequila para cara pergunta idiota. Neste caso, foi quando ele falou sobre casamento e amor.

Billboard: Muitas músicas nesse CD são bem românticas. Você se vê casando novamente?

Madonna: Espera. O que o romance tem a ver com o casamento?

Eles não andam juntos? É o que as pessoas dizem na América.

Não, não. Pergunta estúpida. Pode beber (Madonna derrama a bebida no copo dele). Em primeiro lugar, todo mundo diz na América. Hein??! De quem você está falando? Engole isso!

Sério?

Sim. É que nem água. Como água para chocolate. Água benta! É uma benção, de joelhos.

https://www.youtube.com/watch?v=XTSrV_0vG-4

Durante a conversa, Madonna também mostrou que a época de farra não acabou…

Eu vou às boates! Eu fui à Ibiza com a minha filha – foi a última vez que saímos antes dela ir pra faculdade – e eu já estive em muitas casas noturnas com ela, dançando, se amassando com as pessoas, todo mundo suando em mim.

Sobre Miley Cyrus

Eu gosto dela. Ela parece não se importar com o que as pessoas pensam. As pessoas estão sempre dizendo que ela é suja ou louca ou trash e ela nem liga. Eu amo isso nela. Na ninhada, ela se destaca.

O que ela vê fazendo binge watching…

Eu vejo “Game of Thrones” com meus filhos. É uma boa reunião familiar. Mas minha obsessão pessoal é “True Detective”, porque Matthew McConaughey é tão brilhante e o roteiro é genial. E uma série irlandesa, “The Fall”. Mas eu tô sempre vendo filmes velhos, sem parar. Todos do Godard, Visconti, Fellini, Pasolini. Eu amo Alain Resnais.

Quando você olha para a sua carreira, onde você enxerga sua contribuição na quebra de tabus para mulheres nos EUA?

Não acho que seja só uma contribuição. É uma atividade constante em minha vida. Eu estou sempre abrindo portas para as mulheres atrás de mim, não conheço muitas mulheres que fizeram sucesso na música pop por tanto tempo quanto eu fiz. E esperei até ficar velha para ter filhos. Eu criei meus filhos sem estar casada. E continuo me expressando – expressando minha sexualidade – nos meus 50 anos, ainda que isso seja considerado tabu, e aturo um monte de merda por isso. Mas daqui a 20 anos, Miley Cyrus provavelmente não vai ter que engolir merda. Quando esse dia chegar, vai ser tipo “Ah, isso não é nada novo”.

Acesse o site da Billboard e leia a entrevista completa (em inglês).

Via PapelPop