Está ficando bem complicado separar e filtrar os filmes de terror. A variação é somente se há uma criança possuída ou um demônio, porque de resto, estão ficando todos basicamente iguais.
E infelizmente Quando as Luzes se Apagam não vai muito além. Em uma trama interessante mas não muito, o longa coloca uma criança e sua irmã mais velha às voltas com uma entidade com a qual somente sua mãe tem contato. Não se sabe bem o que este “espírito” quer, mas aparentemente ele se mantém fiel à mãe e fará tudo para protegê-la.
Uma das sacadas do filme é fazer com que este espírito maligno só se manifeste na escuridão. Claro que isso pode ter uma explicação, e o longa vai trabalhar para que tudo seja explicado entre um susto e outro.
Baseado em um curta de 2013 do diretor David Sandberg, Quando as Luzes se Apagam não consegue passar aquele sentimento de medo e de urgência que muitos outros filmes conseguem. Sua trama é simples, talvez até demais, e não conseguimos entrar de cabeça em sua história. Acaba ficando no meio do caminho. Nem um filme bom, nem um filme ruim.
Mas existem duas formas de se ver o filme (só que não queremos estragar a experiência pra quem ainda não viu), então falaremos desta outra maneira na forma de spoiler. Ou seja: o texto branco, quem quiser ler basta selecionar, logo depois da imagem.
Assim como se falou de Babadook, Quando as Luzes se Apagam pode ser visto como uma grande metáfora para a depressão. A personagem de Maria Bello (Sophie), a mãe com quem a entidade se manifesta, na verdade sofre de depressão severa. Basta ver que ela só “vê” o espírito de Diana quando não toma seus remédios.
Diana nunca ataca os filhos de Sophie de maneira fatal, ao contrário do que faz com quem se coloca entre ela e os filhos. Diana tem uma história, mas como a própria Sophie diz em determinado momento, documentos podem ser falsificados.
O fato de Diana só aparecer no escuro também é um indício de que o espírito é a própria mãe, já que assim os filhos não conseguirão vê-la. Tendo a mãe histórico de doenças mentais (não se sabe por que ela foi internada), é fácil concluir que os filhos também podem ter algum problema. O pequeno Martin pergunta, em determinado momento, se com mãe louca significa que eles também são loucos. Isso explica o fato de eles acreditarem “ver” o espírito de Diana junto com a mãe, como se fossem duas pessoas separadas, ou fora da casa.
No final do filme, a mensagem fica clara: Diana só vive se Sophie viver. E isso nos leva a concluir que sim, Diana está “dentro” de Sophie. É uma outra versão desta mãe que, levada por depressão e problemas psicológicos, vai fazer o que puder para que os filhos não saiam de perto dela.
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