Fato ou fake: 6 cenas de ‘Blonde’ e as histórias reais por trás delas

A vida de Marilyn Monroe sempre esteve envolta em mistério e o novo filme da Netflix Blonde faz muito pouco para esclarecer estes mistérios.

A “cinebiografia fictícia” de uma das maiores estrelas do cinema está menos interessada em ser fiel aos fatos que em contar um verdadeiro poema expressionista sobre Marilyn, adaptando para as telas o livro de Joyce Carol Oates. Então nem sempre é fácil distinguir fato e ficção no filme do diretor Andrew Dominik. Por isso, trazemos o que realmente está por trás de seis cenas chave do filme e a verdade por trás delas.

ATENÇÃO: ESTE POST CONTÉM SPOILERS SOBRE ALGUMAS CENAS DE BLONDE

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A mãe de Marilyn realmente tentou afogá-la na banheira?

De muitas formas, Blonde é uma coleção dos traumas de Marilyn Monroe, começando por sua infância vítima de constantes abusos por parte de sua mãe. Em uma cena do filme, a pequena Norma Jeane é afogada em uma banheira pela mãe até o limite. Não existem registros de que isso tenha realmente acontecido. No entanto, Marilyn falou sobre incidentes de abuso: “Sua mãe tentou matá-la três vezes”, o terceiro marido da atriz Arthur Miller contou à BBC em 1968.

Marilyn fez parte de um trisal com os filhos de Charlie Chaplin e Edward G. Robinson?

Em Blonde, Marilyn é parte de um trisal com Charles “Cass” Chaplin Jr. (Xavier Samuel) e Edward G. Robinson Jr. (Evan Williams), que demonstram já serem um casal quando a atriz começa a fazer parte da relação.

Na realidade, não existem evidências de que a atriz tenha participado deste trisal ou mesmo que Charles ou Edward fossem gays ou bissexuais, ou tivessem um relacionamento. Marilyn namorou Chaplin Jr. por um período e até mesmo conheceu seu pai. Se ela chegou a conhecer Edward (ele teve um pequeno papel em Quanto Mais Quente Melhor) eles não passaram de meros conhecidos.

E sobre o fato da morte de Chaplin Jr. ter desempenhado um papel fundamental no fim trágico da atriz, não confere. Ele morreu seis anos após Marilyn.

Marilyn foi forçada a abortar pelo estúdio?

A cena que mostra o aborto de Marilyn em Blonde é bastante chocante, mas se o fato aconteceu realmente permanece um mistério. Não existem evidências concretas de que a atriz tenha feito um aborto e é algo que ela nunca admitiu ou discutiu.

No entanto, esta era uma prática comum na época em Hollywood, com atrizes escolhendo abortar para poupar suas carreiras (ou sendo encorajadas a isso pelos estúdios). De fato, era comum que atrizes tirassem um “período de descanso” ou “operassem o apêndice” enquanto os estúdios arranjavam para que elas interrompessem uma gravidez. Ava Gardner, por exemplo, tinha uma cláusula em contrato que dizia que se ela tivesse um bebê seu salário seria cortado. Outras atrizes como Bette Davis simplesmente optaram pelo trabalho ao invés de terem filhos. E, claro, algumas foram pressionadas pelos estúdios a abortar, como Judy Garland.

E o aborto espontâneo?

O fato de Marilyn ter perdido um bebê durante o casamento com Arthur Miller é real, embora o motivo apresentado em Blonde pareça ter sido inventado para o filme. A atriz teve seu primeiro aborto espontâneo em 1956, depois em 1957 e um terceiro em 1958. Embora os motivos sejam desconhecidos, os abortos claramente foram resultado de stress na carreira e no casamento.

É verdade que Joe DiMaggio ficou enfurecido com a gravação da cena do vestido?

O casamento de Marilyn com a lenda do baseball Joe DiMaggio tem pequena participação em Blonde. Foi uma união complicada de nove meses com numerosos relatos de abusos físicos por parte do jogador, bastante incentivados por seu ciúme da esposa.

Depois das filmagens da hoje icônica cena do vestido em O Pecado Mora ao Lado, DiMaggio bateu em Marilyn no quarto do hotel em que estavam. O filho do jogador recorda o ataque do pai à atriz, lembrando de acordar “ao som de gritos do casal. Depois de alguns minutos, eu ouvi Marilyn descer as escadas correndo e saindo pela porta com meu pai atrás dela. Ele a alcançou e a arrastou pelos cabelos de volta pra casa. Ela tentava se desvencilhar mas não conseguia”.

O “teste do sofá” para o elenco realmente aconteceu?

Logo no início de Blonde, Norma Jeane tem uma reunião com Sr. Z (provavelmente Darryl F. Zanuck, o cabeça da 20th Fox na época). Ela espera conseguir um contrato ou um papel. E acaba conseguindo, mas apenas depois que ele a estupra.

Enquanto abusos sexuais por parte dos chefões dos estúdios fossem comuns na Era de Ouro de Hollywood, não há provas de que Zanuck tenha abusado de Marilyn. Ele era sim conhecido por suas reuniões “privadas” com estrelas em ascensão, mas Marilyn parece ter escapado imune (embora ela tenha sido explorada nas telas e abusada enquanto adolescente nas casas em que morou). “Em entrevistas com quase 700 pessoas, não encontrei nada que sugerisse que Marilyn tenha sido abusada por nenhum produtor de Hollywood”, disse o biógrafo Anthony Summers para o The Guardian.

Blonde está disponível na Netflix. Veja o trailer abaixo:

12 comentários em “Fato ou fake: 6 cenas de ‘Blonde’ e as histórias reais por trás delas

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  1. É um filme bem interpretado e dirigido e fecha legal. Todas as situações novas apresentadas são plenamente possíveis de terem ocorrido. Não gostei da música climática modernosa, que não combina, nem precisavam regravar as canções cantadas pela Marilyn, que já eram definitivas…

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