Como tudo o que é bom dura pouco, uma das poucas coisas boas que me aconteceram este ano acabou… por motivos de reestruturação do Guia da Semana, não serão mais publicadas as colunas. Consequentemente meus textos tbem não.
Como a coluna do Larry Crowne já estava pronta (e porque eu realmente adorei o filme), vou postá-la aqui.
Larry Crowne – O Amor Está de Volta
por Flávio St Jayme
Há um tempinho atrás eu disse em uma resenha que a união de Steven Spielberg e J.J. Abrams era suficiente para deixar muita gente na expectativa. Pois bem, aqui está outra união que deixou muita gente esperando (um público totalmente diferente, note-se): Tom Hanks (atuando, escrevendo e dirigindo) e Julia Roberts. Tá bom, talvez não tanta gente assim, mas um bom tanto.
Faz 15 anos que Tom Hanks se aventurou no roteiro e direção de um longa metragem pela primeira vez. O resultado é um dos filmes mais gostosos de se ver de que se tem notícia: The Wonders. A fictícia história da boy band da década de 60 que faz sucesso instantâneo rendeu indicações ao Oscar e Globo de Ouro para melhor musica e mostrou que Hanks tinha jeito pra coisa. Filmes bacanas e despretensiosos.
Agora ele se une a Nia Vardalos (roteirista e estrela de Casamento Grego) para escrever a história de Larry Crowne: um cinquentão que é demitido de seu emprego em uma loja de departamentos porque nunca cursou a faculdade. Decidido a recuperar os 20 anos que passou na cozinha da marinha americana, ele se matricula num curso de economia e um de oratória. Nesse último conhece a professora Mercy Tainot (Julia Roberts). O resto a gente consegue imaginar. E não, isso não é uma coisa ruim.
Talvez uma das maiores reclamações com relação às comédias românticas seja que elas não são plausíveis. Histórias de mulheres doidas que se descobrem apaixonadas pelo amigo e sabotam o casamento, de homens comuns que se apaixonam por acaso por estrelas de cinema, ou de inimigos nos negócios que se apaixonam virtualmente podem até não ser lá muito reais, é verdade. Mas cinema é isso, é ilusão. Mas Larry Crowne consegue ser plausível ao não se valer de clichês (demais) e mostrar uma história totalmente possível.
Num momento delicado da economia americana, ele traz um retrato bem real do que alguns cidadãos estão sofrendo: perda do emprego, do padrão de vida, mudanças radicais e sim, recomeço. Disfarçado de comédia romântica, o filme mostra um novo modo do tradicional amerian way of life. Agora as coisas acontecem como der. O que nem sempre é ruim. Para o personagem a mudança é benéfica, mas em se tratando de um filme escrito, dirigido e produzido por Tom Hanks, o queridinho da América, a mensagem não poderia ser ruim. É como se a esperança de um bom recomeço caísse em suas mãos. E convenhamos, não poderia estar em melhores mãos.
Hanks já se mostrou extremamente competente em tudo o que faz no cinema e TV. Ao lado de Spielberg , o multifacetado ator de 55 anos foi responsável pela produção de séries elogiadas e premiadas (Band of Brothers e The Pacific). Sozinho foi produtor executivo de obras não menos festejadas como a série Big Love ou o filme Mamma Mia. Hanks tem toque de Midas, como ator já teve cinco indicações ao Oscar e venceu duas (por Forrest Gump e Filadélfia); ao Globo de Ouro já concorreu sete vezes, tendo ganho quatro (O Náufrago, Forrest Gump, Filadélfia e Quero Ser Grande). Com mais de 50 filmes no currículo (só como ator), Tom Hanks é um patrimônio do cinema. Se Hanks é o nome masculino mais importante no cinema, Julia Roberts é o feminino. A atriz com quase 50 filmes no currículo já passeou por todos os gêneros. Indicada a três Oscar, venceu uma vez por Erin Brockovich; já no Globo de Ouro concorreu sete vezes e venceu três (Erin Brockovich, Uma Linda Mulher e Flores de Aço), e ver os dois juntos na tela pela segunda vez (a primeira foi em Jogos do Poder) é nada menos que um deleite para os fãs.
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Pausa Dramática - Cinema, música, entretenimento e Cultura Pop 
Assisti o filme e não achei fantástico, mas agora com a sua resenha, passei a ver com outros olhos. Mas, hein, dava pra vc não parar com as colunas? Continua elas aqui, vai? Eu adoro! Sua multidão de leitores, agradece.