Resenha do site: Jogos Vorazes – Em Chamas

Se em março de 2012 escrevi um texto empolgado me derretendo em elogios pela primeira parte da saga Jogos Vorazes (leia AQUI), sinto dizer que o mesmo fato não se repetirá este ano…

Ainda estamos acompanhando a saga de Katniss Everdeen (Jennifer Lawrence), agora uma vencedora dos famigerados jogos vorazes ao lado de Peeta Mellark (Josh Hutcherson). Katniss agora têm pesadelos com os mortos em batalha e grandes questões morais a resolver. Além de claro ter que demonstrar publicamente amor por alguém que não é seu interesse afetivo. Tudo muito complicado na vida da pobrezinha, pior ainda quando o casal sai em turnê pelos 12 distritos e vê traços de revolução se espalhando pela população e ela se vê ameaçada pelo presidente. Está sob sua responsabilidade convencer o povo a não se rebelar e mostrar como ela é feliz após os jogos do ano anterior. O fato é que ela não é feliz. E já que a tática de ameaçá-la não está funcionando, o presidente decide jogá-los aos leões novamente em um novo jogo.

O filme tinha tudo pra ser tão bacana e impressionante como a primeira parte. Passando de zero pra dois Oscars em seu elenco (já que Lawrence ganhou este ano sua estatueta e agora Phillip Seymour Hoffman faz parte do time), um texto mais maduro e questões mais reais, esta segunda parte consegue amadurecer. Mas como algumas pessoas… acaba ficando meio maçante. Se ano passado o estendimento da introdução do filme já cansava, mesmo sendo necessária e ocupando menos da metade do tempo total, este ano isso ultrapassa o limite. Pode-se dizer que das quase 2h30 de filme, pelo menos 30 minutos da introdução poderiam ter sido limados. Política demais, muito cheia de bla bla bla, toda esta parte cansa e se melhor editada, teria dado um ritmo muito melhor ao filme todo. Afinal, novamente, o que queremos ver é a dupla no campo de batalha. E isso se resume e se espreme nos últimos 30 minutos de filme.

Claro que Em Chamas está bem longe de ser um filme ruim. Se agora o problema é outro, muito maior, e a mensagem de repressão é o que importa mais do que nunca. Mais do que os jogos em si, que acabam por se tornar meros instrumentos de opressão e manipulação do governo. O governo totalitário maltrata e castiga seu povo e Katniss surge como uma espécie de voz do povo na libertação. As consequências destas ações serão vistas nas duas últimas partes do filme, que estrearão em 2014 e 2015 adaptadas do terceiro livro.

Enquanto atores evoluem (ao menos alguns), o texto fica mais consistente e a história mais política, tudo indica que os próximos filmes travarão um combate do povo contra seu ditador, politizando ainda mais a coisa toda e deixando os jogos do título completamente de lado (como não li os livros, posso apenas supor). Podemos esperar portanto introduções ainda maiores deixando muito da ação em si para a última parte, prevendo grandiosas batalhas e mostrando, com o perdão do trocadilho, a voracidade do povo de Panem num jogo real, sem manipulações, do povo contra o poder.