Formado em 1996 em um bar da cidade de Glasgow na Escócia (mesmo berço de Franz Ferdinand), o Belle and Sebastian nunca fez muito sucesso por aqui. Na época, Stuart Murdoch e Stuart David se juntaram com outros cinco amigos para criar um disco como uma espécie de trabalho escolar. Nasceu então Tigermilk e, retirado de um romance de Cécile Aubry, o grupo de amigos foi batizado de Belle and Sebastian. Porém as cinco mil cópias iniciais do vinil se tornaram fenômeno e uma pequena gravadora decidiu investir e lançar o álbum em CD.
Cinco anos depois a banda desembarcou pela primeira vez no Brasil, ainda sem “ter se acostumado” com o sucesso repentino e com um som “fofinho” mas ainda inteligente, o B&S criou um público fiel, ainda que pequeno. Suas canções misturam pop e folk com letras que falam de depressão, política e temas mórbidos. Mas tudo embalado por uma atmosfera festiva e cativante.
Talvez os reais precursores do que hoje se chama de indie folk music (gênero saturado com artistas como Beirut, Peter, Bjorn and John, The Lumineers, She & Him, Of Monsters And Men, Mumford & Sons, A Banda Mais Bonita da Cidade…), o Belle and Sebastian volta com Girls in Peacetime Want to Dance, gravado cinco anos depois de Write About Love em Atlanta. O disco de 12 canções está mais pop que de costume e traz uma banda mais alegre que de costume, mas não deixando de lado os temas tristes e emotivos: Murdoch foi diagnosticado com Síndrome de Fadiga Crônica e pelo menos uma das novas canções tem um tom autobiográfico tratando desse problema, Nobody’s Empire.
No geral o disco traz canções leves, felizinhas como só eles sabem fazer. Brincando com os temas de costume, o Belle and Sebastian chega a surpreender seu público na dançante Enter Sylvia Plath, que chega a lembrar os Pet Shop Boys. Mas a maior parte do CD é mesmo mais calma, ainda que menos deprimida que algumas outras obras da banda. A primeira canção de trabalho, The Party Line, foi lançada com clipe há cerca de dois meses e só aumentou a expectativa em torno do novo álbum:
A proporção de fãs da banda no Brasil aumentou no ano passado com a canção There’s Too Much Love presente no longa brasileiro Hoje Eu Quero Voltar Sozinho em um momento importante da trama, um dos melhores e mais assistidos filmes do ano passado. Com isso, um outro público passou a conhecer e procurar as músicas de Murdoch e amigos. Com certeza devem ter se surpreendido com os temas de músicas como Family Tree ou If You’re Feeling Sinister. Mas Girls in Peacetime Want to Dance chegou para espantar a tristeza das músicas e trazer fofura mesmo aos temas mais espinhosos, como uma doença ou uma autora suicida, cantada em versos dignos de pista de dança.


Muuuuuito bom, tava precisando mesmo, ótima banda, sacanagem não terem lançado mais nenhum nesses 5 anos!!!