Parte 2: Da ascensão da alegria à diversidade de retratos
Talvez cansados da imagem de culpa e sofrimento transmitida pelo cinema, alguns cineastas resolveram mostrar uma outra imagem. Em 1994 surge o fenômeno Priscilla, A Rainha do Deserto, retratando um grupo ainda “escondido” nos cinemas: as drag queens. Não é errado dizer que Priscilla abriu as portas do cinema comercial para um gênero e um público ainda relegado às salas menores e pequenos festivais. Depois dele, o público LGBT se viu espelhado no cinema das mais diferentes formas. Com mais drags e as alegrias e cores da vida gay nas comédias Para Wong Foo, Obrigado Por Tudo, Julie Newmar (1995), Ninguém é Perfeito (1999), Será Que Ele É? (1997), Banquete de Casamento (1993) e A Gaiola das Loucas (1996). No retrato de pessoas “normais” como quaisquer outras em romances como A Razão do Meu Afeto (1998), O Casamento do Meu Melhor Amigo (1997) e Quatro Casamentos e um Funeral (1993), ou em dramas como Deuses e Monstros (1998), Traídos Pelo Desejo (1992), Entre Amigos (1997) e Almas Gêmeas (1994).
A partir dos anos 2000 o cinema LGBT teve um grande boom e filmes dos mais diversos gêneros passaram a abordar os personagens em toda sua complexidade. Desde Hedwig (2001) que trouxe um transexual depressivo e ao mesmo tempo engraçado até Moonlight (2016) que rompeu barreiras vencendo o Oscar de melhor filme com uma história poética mas ainda velada sobre homossexualidade, os gêneros e filmes são inúmeros.
O segundo grande impacto de um filme LGBT em Hollywood se deu com O Segredo de Brokeback Mountain (2005), que levou os personagens gays ao grande público, à crítica e ainda colocou dois atores símbolo de heterossexualidade nos papéis de um casal homossexual em um relacionamento proibido. Assim como Priscilla, Brokeback Mountain abriu mais ainda as portas para o retrato LGBT no cinema mainstream. Foi somente por causa dele que longas como Moonlight chegaram onde chegaram.
Leia mais:
Parte 1 – Da Hollywood clássica à descoberta da AIDS
Parte 2 – Da ascensão da alegria à diversidade de retratos
Parte 3 – Da popularização e variedade ao Oscar de melhor filme