Você pode até achar que a doce voz de Fernanda Takai é “obviamente” própria para bossa nova. Mas ao gravar um disco no estilo, a vocalista do Pato Fu passou longe do óbvio.
Esqueça ‘Garota de Ipanema’, ‘Chega de Saudade’ ou ‘Corcovado’. O Tom da Takai passa longe do óbvio e das aberturas de novelas de Manoel Carlos e abraça canções bem menos conhecidas de Tom Jobim. As inspirações do disco são músicas de 1950 e 60, chamados “Lado B” de Jobim.
São títulos como “Fotografia” (1959), “Outra Vez” (1958) e “Bonita”, escrita por Tom em 1963 após um encontro com a ex-modelo Candice Bergen —a informação é do jornalista Ruy Castro, colunista da Folha, em seu livro “Chega de Saudade: A História e as Histórias da Bossa Nova” (2001).
Mesmo o recorte alternativo de Tom, porém, inclui melodias conhecidas, como a de “Brigas Nunca Mais” (1959), famosa com Elis Regina (1945-1982).
Takai também se diz orgulhosa. Após 11 álbuns com o Pato Fu, quatro discos solo, dois livros infantis e dois de contos e crônicas, ela entende ter realizado um desejo antigo que, espera, vai consolidá-la “não apenas como líder de uma banda de rock, mas também como intérprete”.
Ouça ‘Bonita’ e ‘Olha Pro Céu’
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