Resenha do site: Tenet

Você pode até estar acostumado com o “jeito Nolan” de fazer filmes: Amnésia, O Grande Truque, Interestelar, A Origem, Dunkirk… quase todas as suas produções subvertem a forma de contar uma história e, com frequência, subvertem o tempo e o espaço para contá-la. Mas nada te preparou para Tenet.

O novo longa do diretor, que estreia no Brasil esta semana depois de muito adiamento por conta da pandemia de 2020, subverte o que Nolan já tinha subvertido e, literalmente, põe o tempo pra andar pra trás.

Na história, conhecemos o personagem de John David Washington, chamado apenas de “o protagonista”, e entendemos que ele é uma espécie de espião internacional. E nosso entendimento do filme meio que acaba por aí.

Deste momento em diante não entendemos muito mais: quem são estas pessoas? O que elas querem? Pra quem trabalham? Qual o objetivo da missão?

Não bastasse toda a teoria de volta no tempo já ser complicada o bastante, a própria narrativa do filme (ainda que fosse tratada de forma linear) não é simples. Temos um filme de espionagem internacional/filme de ação de grife acima da média, com certeza. Mas sua trama é confusa e uma das únicas informações que conseguimos processar é que o mundo pode acabar se eles não forem bem sucedidos.

Como se não fosse imbróglio suficiente, Nolan mexe nas linhas e quem vai, acaba voltando. Quem estava lá agora está aqui. Cenas são mostradas em diversos “tempos” com personagens que antes estavam indo, agora voltando. Tudo é muito visual, tudo é muito bonito, suas cenas de ação são de tirar o fôlego. Mas nada é muito claro. É como se Nolan tivesse mostrado 5 roteiros diferentes ao estúdio e tivessem resolvido juntar todos em um filme só.

No fim, a sensação é de que passamos 2h20 tentando entender que diabos estamos vendo numa trama confusa que vai e volta e admirando a beleza de Elizabeth Debicki. E que passamos os dez minutos finais torcendo para que consigamos entender pelo menos um pouco do que vimos na tela.

Nolan mira na ação com cérebro e acaba exagerando no segundo, entregando um filme quase impossível de ser entendido sem que você pare pra fazer anotações de 15 em 15 minutos. Até mesmo o que parecia ser um dos grandes segredos do filme é bastante óbvio.

Talvez a melhor definição para Tenet seja mesmo a de que “no começo você não entende nada, e no final você tá de volta no começo”.

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