Resenha do site: Soul

Em Soul, o protagonista Joe Gardner sofre um acidente repentino e de repente se vê entre a vida e a morte em um plano astral longe do nosso (sim, é tudo bastante espiritual). Ironicamente, Soul, o novo filme da Disney-Pixar que estreou hoje no Disney+ sofre de um dilema parecido: ele paira em um plano espiritual perdido entre o infantil e o adulto. Mas, ao contrário de Joe, não acaba ficando em nenhum deles.

Ambicioso, visualmente estonteante e bastante espiritual, Soul traz o primeiro protagonista negro da Pixar em uma história sobre descobrir o verdadeiro sentido de se estar vivo. Olhar as pequenas coisas, perseguir sonhos, abrir mão, perdoar. As mensagens que precisamos estão ali, mas infelizmente acabam soando “superficiais” demais e tendo resoluções atropeladas e apressadas.

Se em Viva ou Divertidamente passeamos pelo além da vida e pela mente humana, Soul propõe estes dois destinos em um: acompanhamos Joe pelas suas descobertas no “céu” e revisitando sua vida na Terra enquanto enxerga o mundo com outros olhos.

Ao vermos Joe questionando seu sonho, acabamos questionando os nossos. Ao vermos que o aprendizado de Joe é tão rápido (tudo acontece em algumas horas) pensamos ‘será mesmo?’. Acabamos não comprando a ideia e, por consequência, não embarcando na viagem.

Se formos falar do “além-vida”, o de Viva é muito mais colorido, muito mais vivo (com o perdão do trocadilho) e muito mais vívido e interessante. O além-vida de Soul passa como um resumo rápido e sem cor da mente de Riley em Divertidamente.

Apesar de tudo, claro que ainda estamos falando de uma animação Disney-Pixar, então pra ruim o filme não serve. Soul tem seus encantos, seu charme e seu valor. Mas está longe de ser uma das maiores obras primas do estúdio. Monstros S.A. e Up, dirigidos pelo mesmo Pete Docter deste Soul, são filmes muito melhores. Soul acaba pecando onde deveria se sobressair: é um filme sem alma.

Assista Soul no Disney+.

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