Resenha do site: Justiceiras

Geralmente quando um filme desses tipo “comédia teen no high school” começa, a gente já tem uma boa ideia de pra onde ele vai. E quase sempre estamos certos… não que Justiceiras, que chegou esta semana na Netflix, passe muito longe dos clichês do gênero, mas um filme assim surpreender é, no mínimo, inusitado. E ele consegue.

Numa espécie de mashup de diversos outros longas, Justiceiras começa como Pacto Sinistro, clássico de Alfred Hitchcock: duas estranhas se conhecem por acaso e, com sede de vingança, decidem “trocar de vítima” para completarem suas tarefas. Depois, numa espécie de releitura de Segundas Intenções (com participação especial de Sarah Michelle Gellar, aliás), as duas traçam seus planos diabólicos e os colocam em prática como boas Meninas Malvadas, que são.

O universo do high school com as intrigas adolescentes está ali: os uniformes (absurdamente pastéis), os dramas amorosos, a necessidade de popularidade, a transformação… porém os clichês começam a ser derrubados logo de início: a protagonista Drea (Camila Mendes, de Riverdale) não é uma patricinha pop qualquer. Descendente de latinos, Drea precisou lutar para conseguir seu lugar ao sol em uma escola de ricos onde é bolsista e precisa persistir na luta para conseguir ir para a universidade que deseja enquanto a mãe trabalha como enfermeira em turnos noturnos. Eleanor (Maya Hawke, de Stranger Things), sua partner in crime, é uma adolescente que se assumiu lésbica e vive como pária social num universo de heteronormatividade. Claro que as duas “estranhas” num mundo de gente igual serão atraídas uma pela outra.

Mas o que faz de Justiceiras um filme diferente dos demais e até acima da média (além da representatividade celebrada), são as reviravoltas do roteiro. Quando você acha que sabe pra onde a história está indo, ela muda radicalmente de rumo e você começa a se questionar se torcia pela personagem certa. Ou mesmo: quem está certo naquela história?

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Um pouquinho longo demais (para suportar todas as reviravoltas, é verdade), o filme sinaliza para muitos clássicos do gênero: além dos já citados Meninas Malvadas e Segundas Intenções, podemos ver até cenas inspiradas em 10 Coisas Que Eu Odeio Em Você, formando um quebra-cabeças divertido e envolvente.

Para um serviço de streaming que produz clichês (ruins) em baldes, um filme adolescente minimamente diferente do lugar comum já seria inusitado. Um Justiceiras então, é uma verdadeira surpresa. E das boas.

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