Em 1984 Wes Craven entraria para a história do cinema ao criar Freddy Krueger e inventar um gênero.
Doze anos depois ele voltaria a se reinventar e criaria outro ícone do cinema. Não parece mas já faz vinte anos que vimos Sidney correr escada acima pela primeira vez, fugindo de um assassino mascarado em Pânico. O filme, que ao mesmo tempo que tirava sarro de seu próprio gênero, brincava com referências a filmes anteriores de terror como Halloween, Sexta-Feira 13 ou o próprio A Hora do Pesadelo de Craven. Ghostface e Sidney estavam irremediavelmente imortalizados na história do cinema e renderiam ainda mais três sequências que nunca deixaram de ser excelentes.
Se Pânico não é exatamente o retrato de uma geração, foi o início da retomada do gênero slash-movie nos cinemas. Depois dele, obras melhores ou piores como Eu Sei O Que Vocês Fizeram no Verão Passado, Prova Final, Premonição ou mesmo novas encarnações de Freddy Krueger e Jason invadiram o cinema.
Até hoje Pânico permanece no topo das bilheterias dos slash-movies, tendo custado cerca de $15 milhões de dólares e arrecadado mais de $170 milhões na bilheteria mundial. Curiosamente os segundos e terceiros lugares do ranking pertencem a Pânico 2 e Pânico 3. É o 13º filme na lista das maiores bilheterias de 1996.
Em 1996, Neve Campbell era uma estrela em ascensão, vinda do seriado Party of Five (O Quinteto, no Brasil) e a partir de então veria seu nome irremediavelmente ligado ao de Sidney Prescott. Pânico começa com uma cena hoje antológica no cinema: uma moça sozinha em casa estoura pipoca e se prepara para ver um filme de terror. O telefone toda e um estranho propõe um incomum jogo de perguntas sobre… filmes de terror. Esta moça era Drew Barrimore. Sem papeis de destaque no cinema, Drew estrela a primeiríssima cena de Pânico e acabou com isso vendo sua carreira decolar de vez.
Outro nome em destaque no elenco era Courteney Cox. no auge da fama com o seriado Friends, Cox foi uma das únicas do elenco do televisivo a conseguir um papel de destaque no cinema totalmente desvinculado do programa. E isso até hoje. Sua personagem permanece em todos os filmes da saga e acabou sendo tão marcante em sua carreira quanto a chefe de cozinha Monica, do humorístico.
Pânico marcou época não por ser original ou ser uma obra que nunca antes fora feita. Mas justamente pelas auto-referências dentro de si mesmo. Ao criar a mistura perfeita de terroro com humor, com a grande revelação no final, Wes Craven nos deu de presente um personagem até hoje icônico: um vilão que pode ser absolutamente qualquer um, uma máscara tão reconhecível quanto as de Jason ou Darth Vader e um filme que pavimentou todo um gênero e levou o terror e o gore para uma nova geração.








