‘The White Lotus’ é renovada pela HBO. Saiba o que achamos da primeira temporada

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A incrível The White Lotus acaba de ser renovada pela HBO para uma segunda temporada.

A série, criada por Mike White, acompanha a rotina de um resort de luxo no Havaí e de diversas famílias de brancos ricos que se hospedam para as férias. Com a aproximação do final da primeira temporada no próximo domingo (e a solução do grande mistério: de quem é o corpo embarcando no avião no começo da série?), a HBO aproveitou para divulgar a renovação da produção para o ano que vem.

No clima de antologia, a segunda temporada irá acompanhar uma nova leva de personagens em outra sede do resort, em outro paraíso turístico.

No entanto, o canal afirma que alguns personagens podem voltar.

Se você ainda não está vendo The White Lotus confira abaixo minhas impressões da série.

Photograph by Mario Perez/HBO Jolene Purdy, Murray Bartlett HBO The White Lotus

O que achei de The White Lotus

Uma sátira social afiadíssima, The White Lotus coloca estes seres peculiares que são os brancos ricos heterossexuais sob uma lente de aumento em um resort de luxo no Havaí. Enquanto isso nós, meros mortais (pobres ou negros ou gays ou pertencentes à qualquer outra minoria que só pode sonhar com aquele resort), observamos como seus problemas parecem mínimos diante dos nossos: de um casal hospedado no quarto errado que, mesmo com vista para o mar não tem piscina à mãe que se acha engajada porque defende as mulheres no ambiente de trabalho mas tem pena do filho branco que “não pode fazer mais nada sem ser criticado”, a série escancara a mesquinhez e o falso idealismo da elite americana sob um holofote de comédia dramática.

Como se estivéssemos em um zoológico, observamos aqueles seres em suas gaiolas douradas tristes porque perderam o celular e vão precisar esperar até voltar pra casa pra ter outro (já que a empresa não entrega no hotel) ou porque fizeram a viagem para jogar as cinzas da finada mãe no mar mas estão sempre bêbados demais para lembrar do porque estão ali. Nosso único elo com a realidade é o gerente Armond, interpretado por Murray Bartlett: cansado das exigências estapafúrdias dos hóspedes, Armond sai do controle e surta bonito ao ceder à pressão de cada revirada de olho. Também nos sentimos próximos de Rachel (Alexandra Daddario), uma jovem aspirante a jornalista que se casa com um ricaço pra descobrir em plena lua de mel que ele é o estereótipo típico do hetero-rico-branco: babaca, machista e mimado. Como Rachel, olhamos pasmos para algumas cenas se desenrolando enquanto pensamos: sério mesmo? e sabemos que sim, pessoas como aquelas existem aos montes.

The White Lotus é ótima porque coloca personagens rindo de si mesmos: certamente alguns atores do elenco já se comportaram como aquelas pessoas. Mesmo a adolescente insuportável que se acha super woke não saberia viver sem os luxos que o dinheiro da mãe cringe lhe proporciona. Não conseguimos sequer sentir pena ou mesmo simpatia por aqueles personagens (exceto Armand e Rachel), mas ainda assim somos fisgados por esta espécie de Dowton Abbey moderno.

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