Eis que, num momento de questionamentos sobre gênero, identidade sexual, ser homemXser macho e tantas outras temáticas ao redor das questões LGBT a gente para e pensa: Mas não tinha gente discutindo isso anos atrás? Sim, tinha.
Um dos maiores exemplos desse questionamento está em Ney Matogrosso. Há mais de 30 anos, o ex vocalista dos Secos e Molhados requebrava seminu e maquiado nos palcos brandando “Porque eu sou é homem, menina eu sou é homem, e como sou”.
Mas… o que é (e o que era) ser homem? Ainda hoje a questão segue sem resposta, ou menos sem uma resposta direta. Ser homem, hoje a gente já sabe, envolve muito mais do que sexualidade ou gênero. E, com mais de 70 anos e gay assumido, Ney Matogrosso ainda consegue passar a imagem de homem e, de certa forma, de sex symbol – mesmo heterossexual.
Hoje vemos muitos artistas seguindo seus passos. Pois é, demorou quase 40 anos para que esta coragem voltasse à tona e para que homens começassem q novamente investigar a questão de gênero na música brasileira. Entre Liniker, Jaloo, Johnny Hooker e outros que citamos NESTE POST, chegou a vez de uma homenagem mais direta a Ney Matogrosso.
Cantando justamente um cover de ‘Homem com H’, Fiakra surge de barba e maquiagem, de saia ou de salto alto, ele canta com voz máscula os mesmos versos em uma batida moderna e contagiante.
Ex-integrante do Trio Menage, que fez sucesso na internet com covers, Filipe Fiakra se lança em carreira solo com a música e prepara um EP para breve. Morador de Brasília, Filipe mostra que é homem com H sim. E que é com tudo o que vem junto. Ser homem significa ser hétero? Ser másculo? Usar barba? Ser gay? Ele desafia e reafirma tudo isso em seu clipe, dançando de salto alto em cima do preconceito.
Influenciado por cantoras pop como Beyonce e Anitta, Filipe tem experiência em danças urbanas e dança árabe. As coreografias do clipe dão um show a parte. Fiakra tem tudo para se juntar ao grupo de artistas que faz música de qualidade enquanto questionam padrões e tiram a música brasileira da mesmice.
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