Por que você precisa parar tudo o que está fazendo e assistir a ‘Zoey e a Sua Fantástica Playlist’?

Existem algumas coisas que somente pessoas muito de mal com a vida não conseguem gostar. Zoey e a Sua Fantástica Playlist é uma delas.

Eu já falei diversas vezes dela aqui no site, em listas como:

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O fato é que a série, que parte de uma premissa que pode parecer bem boba, consegue fazer rir e emocionar ao mesmo tempo em todos os episódios.

Zoey (Jane Levy, indicada ao Globo de Ouro pelo papel) é uma garota feliz e independente. Programadora em uma popular empresa de tecnologia, ela leva uma vida sem maiores emoções mas que lhe basta. Um dia, em uma consulta médica, ela sofre um acidente e ganha um superpoder: passa a ouvir os pensamentos das pessoas a sua volta… em forma de números musicais!

Sim! O sonho de qualquer fã de musical se torna realidade na mente de Zoey: no meio da rua, pessoas cantam e fazem elaborados números musicais coreografados (por Mandy Moore, de This is Us). Quando as músicas passam a ser interpretadas por seus amigos e parentes é que a coisa fica complicada.

O que parecia uma desculpa pra uma imitação de Glee, toma um rumo totalmente diferente quando Zoey se depara com problemas reais como homofobia, racismo, machismo, depressão e uma doença terminal que vai mudar sua vida.

Através da interpretação de músicas pop como Help, dos Beatles, ou True Colors, de Cyndi Lauper, Zoey vai percebendo as reais necessidades emocionais daqueles que estão à sua volta. Com o agravante de que, aos poucos, vai se esquecendo das suas necessidades e, cada vez mais, se anulando e se perdendo para poder ajudar aos outros.

Uma série que poderia ser só mais uma, ou que poderia ser bobinha, mas que por conta do seu diferencial se torna apaixonante e viciante.

Claro que o elenco absolutamente cativante também ajuda. Ao lado de Jane Levy, nomes como Skylar Astin (que você conhece de A Escolha Perfeita) e a/o sensacional Alex Newell, que entrega um show a parte com sua voz e sua personagem Mo, que pode ser descrita como não-binária. Destaque ainda para os colegas de trabalho de Zoey, que dão um show a parte.

Falando em voz: sim. Todas as músicas são interpretadas pelo próprio elenco da série. O que faz com que a gente enxergue com outros olhos canções conhecidas, que ganham um tom emocional ou um teor diferente quando inseridas no contexto da produção. Um personagem pode demonstrar interesse por outro cantando Bailamos, de Enrique Iglesias, por exemplo, enquanto outro sofre em um relacionamento conturbado com o pai entoando os versos de Numb, do Linkin Park. Mas nem tudo são flores e o poder pode atrapalhar quando, durante o sexo, Zoey ouve o parceiro cantando A Moment Like This (de Kelly Clarkson) e perde toda a concentração…

Os números musicais são ainda uma atração a parte. Diversos deles acontecem sem corte (visível) de cena: enquanto atores (às vezes todo o elenco) cantam e dançam, a câmera passeia por todo o cenário, voando sobre mesas, passando por bailarinos e figurantes e voltando ao ponto inicial para continuar a cena (porque, afinal, tudo acontece só na cabeça de Zoey). Algumas cenas em especial deixam a gente em lágrimas, como a cena final da primeira temporada em que todo o elenco canta American Pie enquanto a câmera passeia por diversos cômodos de uma casa onde cada personagem está. É de derrubar, especialmente pelo contexto.

Com inúmeros momentos marcantes, uma história que evolui e vai ficando cada vez mais emocional e uma protagonista cativante, Zoey e a Sua Fantástica Playlist é uma daquelas séries que podem passar despercebidas pelo “público Netflix”, mas que merece ser descoberta. A segunda temporada terminou esta semana sem a certeza da renovação pela NBC ainda. E a primeira está disponível no Globoplay.

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